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ABRASTT E CNTI ELABORAM PROJETO VOLTADO ÀS LIDERANÇAS FEMININAS: DIREITO À SAÚDE E À IGUALDADE DE GÊNERO DAS TRABALHADORAS FORMAIS E INFORMAIS

RODAS DE CONVERSA: FORMAÇÃO DE LIDERANÇAS FEMININAS PARA REAFIRMAÇÃO DO DIREITO À SAÚDE E À IGUALDADE DE GÊNERO DAS TRABALHADORAS FORMAIS E INFORMAIS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE DO TRABALHADOR E DA TRABALHADORA - ABRASTT

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA – CNTI


A desigualdade de gênero no Brasil é um fenômeno persistente e complexo que tem sido objeto de estudo e debate em diversas áreas acadêmicas e sociais. De acordo com estudos e análises, as mulheres enfrentam obstáculos ao longo de suas trajetórias profissionais, estando as desigualdades de gênero presentes no mundo do trabalho - de acesso e permanência no trabalho, rendimentos, ascensão profissional - fazendo com que as mulheres sofram com preconceitos e discriminações. A relação Capital - Trabalho impacta a vida, e a saúde, de trabalhadores e trabalhadoras e marcadores sociais que envolvem sexo, gênero, raça/etnia, idade, situação de pobreza, entre outros, condicionam modos de adoecer no/do trabalho e o acesso a cuidados.


Diante da realidade enfrentada por mulheres no mundo do trabalho, o projeto Rodas de Conversa: formação de lideranças femininas para reafirmação do direito à saúde e à igualdade de gênero das trabalhadoras formais e informais fundamenta-se na perspectiva da saúde coletiva, no âmbito da saúde do trabalhador e da trabalhadora e na educação popular em saúde para o desenvolvimento de ações nos territórios de vida e trabalho. Tem como eixo norteador ações de articulação e fortalecimento de processos de auto organização com trabalhadoras do campo, das cidades, das florestas e das águas para: a) promoção, proteção, vigilância e atenção à saúde; compreensão da divisão sexual do trabalho; enfrentamento às desigualdades de gênero no mundo do trabalho e; b) fortalecimento de estratégias de organização e de atuação nos espaços de participação, com foco no trabalho e na relação saúde-trabalho, do ponto de vista de igualdade de gênero.


O objetivo central do projeto é incentivar e desenvolver habilidades para que as mulheres sejam protagonistas no território onde vivem e trabalham, em sindicatos, controle social no SUS (conselhos, conferências de saúde, comissões intersetoriais de saúde do trabalhador e da trabalhadora) conselhos de direitos e movimentos sociais, capazes de intervir de modo proativo, atuando qualificadamente no que compete à defesa do direito à saúde das trabalhadoras.


Orientando-nos pelas diretrizes e princípios das políticas de saúde do trabalhador e da trabalhadora, da vigilância da saúde do trabalhador e da trabalhadora, assim como da vigilância popular e participativa em saúde, definimos um percurso para os encontros com base na metodologia popular e participativa. Esse modo de trabalhar traz a vertente da educação popular igualitária por meio do diálogo circular e do cotidiano das pessoas objetivando a transformação dos territórios vivos


As Rodas de Conversa serão realizadas em local pré-definido, para onde as participantes se deslocarão (ida e volta), tendo deslocamento, pernoites e alimentação custeados pelo projeto. O projeto prevê a realização de 26 encontros estaduais e 01 no Distrito Federal, com 40 participantes em cada estado, além de uma capacitação presencial para os coordenadores das rodas. Cada participante da roda poderá explanar os problemas territoriais sob sua ótica. Espera-se que, como multiplicadoras, as mulheres participantes possam criar estratégias de trabalho a serem desenvolvidas nos territórios de origem. Após, em cada estado e no Distrito Federal haverá um seminário para compartilhar as experiências, com a presença de formuladores/executores do projeto.


Haverá monitoramento contínuo das atividades, avaliação de impacto e, caso necessário, ajustes para garantir a eficácia do projeto. A relevância deste projeto está em criar um espaço de diálogo e ação para reafirmar a importância da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora e impulsionar a participação popular, proporcionando um ambiente inclusivo e empoderador para as mulheres no contexto da sua atuação sindical e dos movimentos populares voltados à promoção e proteção da saúde das trabalhadoras, com foco na inclusão e integração igualitária.


Ao trazer à tona as questões fundamentais relacionadas à saúde e trabalho das mulheres no Brasil e a importância da participação efetiva das lideranças femininas nas políticas públicas de saúde de trabalhadores e trabalhadoras, bem como na luta pela igualdade de gênero, este projeto não apenas responde a desafios prementes, mas também semeia as bases para uma mudança duradoura.


Com metas e indicadores pré-definidos no projeto e outros a serem elaboradas com as participantes, relativas a cada território, a implementação eficaz dessas ações abrirá caminho para um ambiente mais equitativo e inclusivo no mundo do trabalho. Nossa visão é de um futuro em que os agravos à saúde relacionados ao trabalho possam ser efetivamente enfrentados e as disparidades e iniquidades de gênero no mundo do trabalho se tornem uma lembrança do passado, substituídas por uma realidade em que a igualdade e o direito à saúde prevaleçam.


REFERÊNCIAS:

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BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. GABINETE DO MINISTRO. Portaria nº 2.761, de 19 de novembro de 2013. Institui a Política Nacional de Educação Popular em Saúde no âmbito do SistemaÚnico de Saúde (PNEPS-SUS). Disponível em: https://bibliotecadigital.economia.gov.br/handle/123456789/1054 Acesso em: 14 set. 2024.

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